Psicanálise
Atendimento Clínico
O pressuposto mais fundamental consiste no saber sobre os processos inconscientes, que constituem um lugar, e esse lugar, segundo Lacan, são os monumentos, o corpo, os arquivos, as memórias, o modo de falar, as tradições, os vestígios de uma história. É disso que nos ocupamos na análise, de trazer às palavras a verdade os modos de funcionar de um sujeito, razão de seu sintoma.
A fala revela a verdade do sujeito. Os sofrimentos, a angústia, seus sintomas, suas escolhas, as repetições, o gozo, mas também o desejo, o prazer, são formas de a
linguagem expressar os modos de arranjo da estrutura do inconsciente. Desde Freud a escuta clínica precisa acompanhar as transformações culturais. A cada
época o inconsciente produz modos de defesa novos e com eles podem surgir patologias e sofrimentos. “Afirmamos, quanto a nós, que a técnica não pode ser compreendida nem corretamente aplicada, quando se desconhece os conceitos que a fundamentam. ” (Lacan)
A Clínica da Psicanálise só é possível com a formação sempre prolongada e nunca acabada do analista, passando pela história dos textos clássicos e a escuta atenta dos contemporâneos.
Hoje escutamos cada vez mais as incapacidades decorrentes da depressão e da melancolia, o vazio de sentido e suas produções sintomáticas. Continuamos a escutar a relação Sujeito-Gozo, agora nas modalidades do supereu, do sacrifício, da complicada existência do Desejo, das faces do masoquismo, das inibições, das culpas e impotências na base das patologias. Para tanto faz-se necessário o diálogo da Psicanálise com outras ciências para a compreensão e tratamento dos suicidas, das violências, do uso de drogas, da psicossomática.
“Assim, eis a clínica psicanalítica como uma história das errâncias do gozo, de suas “fixações”, de suas “regressões”, de sua transformação em sintomas, de sua “introversão” sobre fantasmas, essas formações imaginarias que substituem a ação no exterior e que são “reservas naturais” do gozo. No fantasma o gozo e assubjetivo, manifesta-se em sintomas, em repressões histéricas, em formações reativas obsessivas, em distanciamentos e precauções fóbicas, em invasões irrefreáveis que determinam a ruptura psicótica com a realidade exterior, em coagulações que se encenam na perversão. ”
Néstor Braunstein
“O sofrimento, transformado em pergunta feita ao Outro, e o fundamento que torna possível uma análise.”
Néstor Brausntein
“O inconsciente é a soma dos efeitos da fala sobre um sujeito…”
Lacan
“Muitos analisandos vêm por causa desse tumulto que escapa à razão e ao entendimento. Para não se sentirem sozinhos. ”
Radmila Zygouris
“Apenas a dor assinala para alguns seu espaço interior.”
Radmila Zygouris
E, com Lacan, concordo que
“… para manejar qualquer conceito freudiano, a leitura de Freud não pode ser tida como supérflua.”
Lacan