Um diagnóstico de doença em família mobiliza afetos diferentes em cada integrante.
O câncer de mama e os vários significados dessa doença poderão suscitar sentimentos diversos como o medo da realidade nova, o medo que desaloja do conhecido a dinâmica familiar, a inclusão de outras necessidades e ritmos da casa, dos cuidados. Haverá mudanças, pois, agora poderão surgir momentos de fragilidade, necessidade de acompanhar a paciente às consultas, às sessões para tratamento especializado.
A angústia diante das incertezas do tratamento são outro sinal presente no dia a dia e vão mobilizar pensamentos e expectativas que podem tencionar o ambiente familiar. A divisão de tarefas pode ser motivo de discórdia.
A presença da ideia da morte também mobiliza sentimentos angustiantes entre os membros da família. A inibição de se falar sobre o assunto quando a família tem pouco trânsito com as palavras nos assuntos sobre sexualidade cria um ambiente de pouca circulação de palavras sobre os rumos da doença, do tratamento. Esse silêncio defensivo pode trazer consigo um certo isolamento da paciente dentro do próprio ambiente familiar.
Cuidar de uma pessoa doente pode ser fator de adoecimento de um sistema e, em alguns casos, ser desastrosas as consequências para os relacionamentos familiares. É preciso ter a consciência de que todos precisam de alguma forma de ajuda, de escuta, de poder falar sobre esse drama, que é possível enfrentá-lo.
A prevenção é importante. Que o tema da prevenção esteja presente nas famílias, no falar sobre as angústias, sobre a necessidade de tratar as dores do corpo e da vida subjetiva.
Convite Especial
Por ocasião do Outubro Rosa, escolhi um filme muito especial para a ocasião.
Aquarius (2016) conta a história de Clara, uma sobrevivente do Câncer de Mama que enfrenta diversos desafios relacionados ao seu corpo, seus relacionamentos e suas convicções.
Assista ao filme e depois participe do debate no evento abaixo.
