Muito se ouve falar em erros. Como se os ditos erros fossem alguma espécie de fraqueza. Mas vamos analisar um pouco essa palavra – que, diga-se de passagem, sempre vem associada a alguma culpa. Se os erros são conotados de alguma imperfeição, logo pressupõe-se a ideia de algo que pode ser perfeito. Isso não existe. Portanto, erremos à vontade. Às vezes as pessoas brigam, entram em verdadeiras guerras por culpar o outro por fazer algo que elas supõem errado.
O fato é que em muitos casos o outro faz coisas de forma diferente e não de forma errada. Querer comportamentos uniformes é acreditar que podemos ser iguais na forma de realizar alguma coisa. Nesse sentido, desprezamos aquilo que é o que diferencia cada um de nós. Deixemos o outro fazer as coisas à sua maneira. É claro que, se vemos o outro patinando em alguma questão, podemos pontuar alguma coisa. Mas isso é diferente de pretender que se faça da forma que julgamos a correta. Deixemos transparecer as diferenças para não cairmos na armadilha da ilusão de que podemos ser iguais e que podemos fazer as coisas da mesma forma.
O único problema com o “errar”, (note-se as aspas na palavra) é não aprender com as experiências que não dão certo ou que trazem resultados prejudiciais sob algum ponto de vista. Ai sim, vale uma chamada de atenção. O que essas experiências estão mostrando? O que é possível destacar dessas vivências para questionar outras formas de condutas? A perda da capacidade de aprender ou o achar que não se tem mais nada a aprender são situações perigosas pois congelam a vida e barram a possibilidade de mudança.
Existem condutas, doenças, relacionamentos que se repetem e que trazem consequências sofridas e mesmo assim acontecem novamente. Pode-se perguntar: o que é que insiste nesses fenômenos? Que palavras são essas que se repetem? Se a resposta não vem de imediato, é possível investigar. O importante é aprender sempre algo novo a cada experiência em vez de deixar a culpa perpetuar a uma história de repetições.